O que é Geração Distribuída?

Esse post tem como objetivo além de expor o conceito de geração distribuída, transmitir a mudança de paradigma trazida por este novo modelo de geração de energia e discutir a sua importância.

Conceito:

geração distribuída é caracterizada pela instalação de geradores de pequeno porte, normalmente a partir de fontes renováveis (como a solar) ou até mesmo utilizando combustíveis fósseis, estando estas pequenas centrais geradoras próximas aos centros de consumo de energia elétrica.

Benefícios:

A geração distribuída proporciona vários benefícios para diversas partes interessadas. Como por exemplo:

  • Devido a proximidade da geração ao ponto de consumo da energia, tem-se uma redução nas perdas de transmissão e distribuição de energia;
  • Posterga-se a necessidade de investimentos em expansão no sistema de transmissão e distribuição;
  • Obtém-se uma geração de energia com baixo impacto ambiental;
  • Há uma melhoria no nível de tensão da rede no período de pico;
  • Diversifica-se a matriz energética nacional;
Outros benefícios da geração distribuída:
  • Representa um excelente retorno financeiro para a unidade consumidora que instala uma geração própria, seja uma residência, comércio ou indústria;
  • A indústria como um todo gera uma grande quantidade de empregos e impostos;
  • O novo modelo de geração distribuída promove o empoderamento dos consumidores de energia elétrica brasileiros.

Gostaria de dar destaque ao benefício do empoderamento dos consumidores de energia elétrica, pois no modelo de geração distribuída estes deixaram de ser apenas agentes passivos, para participar mais ativamente, produzindo sua própria energia. Neste novo modelo, os consumidores passam a entender mais sobre a composição da tarifa de energia e suas flutuações no tempo, adquirem mais conhecimento sobre o funcionamento do sistema elétrico nacional, sobre a importância das chuvas para aumento do nível dos reservatórios das hidrelétricas e esta correlação com a bandeira vermelha, além de conhecerem melhor a tributação incidente na energia elétrica e a cadeia de funcionamento do sistema elétrico como um todo.

Disrupção de um modelo:

Para ir além da simples definição de um novo modelo, é importante atentar que a geração distribuída é o início de uma disrupção do modelo tradicional, promovendo a descentralização de geração de energia e dá mais poder e conhecimento ao consumidor brasileiro de energia elétrica.

Cenário Atual: Brasil ultrapassa 5 mil conexões de microgeração e minigeração

Gráfico que representa o crescimento da geração distribuída no Brasil.
Fonte: ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

A partir do gráfico acima é possível verificar o crescimento acelerado do número de conexões em mini e microgeração no Brasil. A fonte mais adotada pelos consumidores é a energia solar com 4955 conexões, seguida da energia eólica com 39 instalações. A possibilidade dos consumidores produzirem sua própria energia começou em 2012, quando entrou em vigor a Resolução Normativa n°482/2012 da ANEEL. Esta norma além de estabelecer as condições gerais de acesso ao sistema elétrico, criou o chamado sistema de compensação de energia.

Neste sistema, o consumidor pode trocar energia com a rede, pois durante o mês será contabilizada a energia consumida e a produzida pelo sistema instalado na unidade consumidora, seja uma casa, apartamento ou indústria. Quando a quantidade de energia produzida por seu sistema em determinado mês for superior à energia consumida naquele período, o consumidor fica com créditos que podem ser utilizados para compensar a fatura dos meses seguintes. O prazo de validade dos créditos é de 60 meses e estes créditos podem ser usados para compensar o consumo em unidades consumidores situadas em outro local. Isto passou a ser possível devido a uma recente mudança (março de 2016) na Resolução Normativa n°482/2012, na qual foi criada a modalidade autoconsumo remoto.

Tendências para a Geração Distribuída no Brasil

A geração distribuída tem crescido aceleradamente e deve continuar crescendo. Dentre os vários fatores que contribuíram para isto, podemos destacar a redução nos custos da tecnologia da indústria solar nos últimos anos, o aumento da tarifa de energia no Brasil, as novas linhas de crédito para financiamento de sistemas. Em novembro de 2015, estimou-se que em 2024 mais de 1,2 milhões de consumidores passarão a produzir sua própria energia, o equivalente a 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada. Porém acredita-se que a quantidade de consumidores que se beneficiarão da geração distribuída será ainda maior, pois no mesmo mês que foi realizada essa estimativa houve uma revisão na Resolução Normativa n°482/2012, e trouxe uma série de mudanças favoráveis aos consumidores, portanto acredita-se que esse número de 1,2 milhões que já é bem expressivo, será ainda maior.

 

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