5° edição do Café com Energia

Foto mostra o presidente da ABSOLAR palestrando na FIEC em Fortaleza

Ocorreu hoje (24/03/2017) na cidade de Fortaleza mais uma edição do café com energia. O evento foi promovido pelo Núcleo de Energia da FIEC (Federação das Indústrias do Estado do Ceará) em parceria com o Núcleo de Economia e a All About Eventos.

Desta vez o palestrante convidado foi o Dr. Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar), saiba mais sobre o que ocorreu no evento:

Tema da 5° Edição: Panorama e Oportunidades na Geração Distribuída e Centralizada na Solar Fotovoltaica

Atualmente são mais de 8,9 mil conexões de geração distribuída no Brasil, atingindo a impressionante marca de 100 MW instalados. Mesmo com todo o crescimento acelerado do setor nos últimos anos, isto representa apenas “uma gota no oceano”.

No Brasil são mais de 75 milhões de consumidores de energia elétrica. Em um estudo publicado em novembro de 2015, estimou-se que em 2024 mais de 1,2 milhões de consumidores passarão a produzir sua própria energia, o equivalente a 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada. Desta forma, as 9 mil conexões atuais nos mostra que o mercado está apenas começando.

O Potencial da Geração Distribuída no Brasil

De acordo com o Dr. Rodrigo Sauaia, o potencial da geração distribuída solar fotovoltaica representa mais de 164 gigawatts (GW) levando em consideração apenas os telhados de residências.

Se aproveitarmos os telhados de residências brasileiras com geração distribuída solar fotovoltaica, a energia gerada por esses sistemas seria capaz de abastecer 2,3 vezes toda a demanda residencial do país!

Se incluirmos as outras edificações, como as comerciais, industriais, rurais e etc. O potencial técnico da geração distribuída solar fotovoltaica seria ainda muito maior.

Benefícios da Geração Distribuída

Socioeconômicos

A geração distribuída propicia economia financeira para as residências, prédios públicos e empresas que passam a gerar sua própria energia;

Geração de empregos. A cada 1 MW instalado, são gerados 30 empregos diretos. Para cada emprego direto gerado são gerados 3 empregos indiretos;

Ambiental

A geração de energia a partir de fontes limpas e renováveis em detrimento das fontes fósseis evita a emissão de gases poluentes e no caso Brasil pode atuar de forma complementar a matriz hídrica, fazendo com que o país aumente a confiabilidade do sistema elétrico, passando a depender menos das chuvas.

Estratégico

Como na geração distribuída a geração de energia está próxima do ponto de consumo, posterga-se a necessidade de investimento em infraestrutura de transmissão de energia, além de reduzir as perdas que ocorreriam na transmissão.

Como mencionado anteriormente, a geração distribuída pode atuar de forma complementar a matriz hídrica do país, aumentando desta forma a confiabilidade do sistema elétrico.

Fatores Influenciadores no Crescimento do Setor

Em meio a crise econômica brasileira, o setor de energia solar cresceu 300% em 2016. Uma série de fatores contribuíram para este avanço:

Aumentos na tarifa de energia

A crise hídrica brasileira tem sido motivo de preocupação. Uma parte considerável da matriz energética brasileira é composta pela fonte hídrica, com a escassez de chuvas nos últimos períodos, fez-se necessário acionar mais usinas térmicas, e mantê-las em operação por mais tempo (algumas inclusive de forma contínua).

Como a geração de energia elétrica a partir das termoelétricas tem um custo mais elevado em relação a hídrica, quem arca com esse custo adicional são os consumidores brasileiros.

Devido a estes aumentos recorrentes na tarifa de energia elétrica nos últimos anos, a energia produzida a partir de sistemas fotovoltaicos tem ficado cada vez mais atrativa.

Tributação

Um avanço na parte de tributação foi o Convênio ICMS 16/2015;

A implementação da Lei nº 13169/2015 que isentou de PIS e Confins a energia elétrica de micro e minigeração no país inteiro;

Financiamento

As linhas de financiamento são muito importantes para a energia solar fotovoltaica, linhas de financiamento como o FNE SOL do Banco do Nordeste tem um prazo de até 12 anos e taxa de juros bastante competitiva, como uma linha como essa é possível compatibilizar a conta de energia atual do consumidor com a prestação do financiamento, para saber mais leia este post.

É importante que linhas como essa cheguem à outras regiões do Brasil. Por conta dos financiamentos mais atrativos disponíveis no Nordeste, o Ceará apesar de estar na 8° posição entre os estados em número de conexões em geração distribuída, se encontra em 2° em potência instalada. Isto ocorreu em parte devido ao acesso ao financiamento mais favorável na região, facilitando a implantação de sistemas de grande porte no estado.

Geração Centralizada

Cadeia Produtiva

É importante para o setor como um todo que a cadeia produtiva da indústria esteja presente em território nacional. Para atender a demanda por sistemas fotovoltaicos no Brasil alguns fabricantes de equipamentos já se instalaram no Brasil e outros pretendem vir.

Leilões de Energia

Uma continuidade na contratação de leilões é importante para atrair investidores e fabricantes ao país, ajudando desta forma na expansão da cadeia produtiva. A previsibilidade da potência contratada pelos leilões atrai recursos para o país.

Atlas de Recurso Solar

O desenvolvimento de uma atlas com o recurso solar de cada região é muito importante tanto para os técnicos que trabalham no setor, como também para empreendedores e investidores que saberão onde estão os locais mais propícios para instalação de sistemas fotovoltaicos.

O atlas além de mostrar os níveis de radiação solar na região, possui também mapeado a infraestrutura linhas de transmissões que são importantes para escoar a energia produzida, é importante também o atlas determinar as áreas de exclusão, ou melhor, as áreas que são reservas ambientais, indígenas ou quilombolas.

ABSOLAR

O palestrante Dr. Rodrigo Sauaia apresentou e destacou o trabalho que a ABSOLAR tem realizado no Brasil. A entidade foi fundada em 2013 com o objetivo de representar e defender os interesses de seus associados quanto ao avanço do setor de energia solar fotovoltaica no Brasil.

Desafios

Manter as melhorias trazidas pela Resolução Normativa N°687/2015 e continuar aprimorando continuamente as regulamentações que tratam sobre geração distribuída;

É importante realizar contrações de leilões para os anos de 2019 e posteriormente, pois essa previsibilidade atrai fabricantes, investidores e outros players para o mercado nacional, fortalecendo além da cadeia produtiva, o setor como um todo;

Facilitar o financiamento para pessoas físicas com prazos mais prolongados e taxas mais competitivas;

É importante atualizar questões de tributação, extendendo a aplicabilidade dos avanços conquistados anteriormente também para as alterações trazidas pela Resolução Normativa N°687/2015 da ANEEL, bem como conquistar a isonomia tributária para a energia solar fotovoltaica.

Receba os novos artigos e as principais novidades do setor de Energia Solar (é grátis!).

100% livre de spam.

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe um comentário

*

Seja o primeiro a comentar!